Os proprietários do terreno tinham em mente um projeto que era ligeiramente fora do comum. Queriam uma casa de um andar com um plano normal, mas além disso, tinham em mente um lugar de estacionamento para 9 carros, que mostrará elegantemente a frota de veículos como se fosse uma exposição. Também estavam à procura de uma casa que deixasse amplos espaços verdes, sem ocupar demasiado terreno com a construção e que tivesse um desenho provocador, mas gentil.

O terreno alvo estava num estado natural, livre de pré-existências. Na frente tinha uma via pública inclinada, com uma diferença de aproximadamente 5 m entre as extremidades. No sentido perpendicular, o terreno deprimia em cerca de 2 m até ao fim do próprio. Nas proximidades da propriedade, passava uma autoestrada, o que era importante considerar devido ao potencial do barulho indesejado chegar até à casa.

Tendo em consideração tanto a realidade do terreno como os desejos dos nossos clientes, a ideia do projeto nasce de uma forma direta para dar uma resposta que acaba por realizar todos os objetivos do mesmo. A decisão de trabalhar em dois níveis permitiu separar a casa da sala de exposição de automóveis, criando dois ambientes completamente diferentes. O espaço inferior surge do vazio deixado pela volumetria da casa, que aparece separada do solo e focada no horizonte.

Aproveitando a irregularidade da topografia, foram criados dois acessos para garantir uma maior independência dos espaços, dando à casa uma segunda garagem para uso diário, o que proporciona aos proprietários uma maior flexibilidade. Esta disposição formal maximiza as áreas verdes, é protegida do ruído e procura uma exposição solar controlada, dando prioridade à luz no início e no fim do dia.

O resultado desta abordagem é uma volumetria aparentemente compacta ao primeiro contacto, que é quebrada tanto na entrada desconstrutiva e distinta como nos múltiplos planos que, com leveza, geram os espaços exteriores na parte privada da casa.